Voo
A noite passada sonhei que a vizinha do lado se tinha suicidado, simplesmente projectando-se da janela para o abismo vertical. Havia, claro, algo de angustiante nessa imagem, uma espécie de sufoco da alma que me fez acordar. Mas não consigo deixar de me sentir atraído por aquele exacto momento em que o corpo se erguia e se libertava do seu peso específico e do mundo, que ficou para trás, pousado no parapeito. É o momento em que a ilusão da liberdade ecoa com mais força, como um grande clarão subliminar e intermitente na minha cabeça.
1 Comentário:
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- joana disse...
2:51 da tardemas logo depois de se atingir a liberdade tudo se escangalha. muitas vezes desejo saltar. mas não haver depois assusta-me.
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