Azáfama(s)
Em semanas agitadas (que se traduzem por estas bandas numa sub-postagem vergonhosa) fica sempre no ar uma acumulação de dizeres e uma dificuldade progressiva para usar da palavra escrita, sobretudo quando o registo tem sido eminentemente oral. Então cá ficam, para mais tarde recordar, os highlights da quinzena: o desafio brutal de representar uma perspectiva gay sobre o casamento e as uniões de facto num colóquio na Universidade do Minho, onde os ingredientes Braga, Igreja e Direito se combinaram num ambiente explicitamente hostil que eu julgava já não existir no meio académico; a visita bem sucedida a duas escolas secundárias para discutir a descriminação com base na orientação sexual e na identidade de género, num projecto que me enche as medidas e que concretiza uma ideia que já vem desde quando eu próprio atravessava esse deserto violento que pode ser a adolescência (é bom saber que há sonhos concretizáveis); pelo meio, uma apresentação do ponto de situação do trabalho de mestrado, perante uma audiência reduzida mas curiosa e de um questionar essencial; o início do novas turmas de candidatos à certificação via RVC , e a necessidade de trabalhar de novo as ideias de comunicação, motivação, exclusão e (talvez sobretudo) de comunidade; finalmente, ainda uma sessão de apresentação das ofertas de educação e formação de adultos, perante benificiários do RSI (Rendimento Social de Inserção), no papel ingrato e incómodo de quem representa a exigência de contrapartidas do Estado em relação áquilo que é na verdade a sua obrigação: a garantia de condições mínimas de sobrevivência social e económica a todos os seus cidadãos (obrigação frequentemente obliterada dos discursos que questionam a aplicação de medidas deste tipo, com base na pretensa má-vontade, preguiça ou incapacidade dos subsidiados).
cristina al
hasta la vista ;)
Era uma faculdade de direito, afinal de contas... :|