Em nome da fome
Comer é bom! Poucas coisas ultrapassam o simples e primordial prazer de satisfazer a larica e encher o bandulho. Pela manhã, uma rodada de torradas com manteiga, leite fresquinho simples ou sumo de laranja recém espremida, para sossegar o corpo que acorda esfomeado (sim, pertenço a essa parte da humanidade, ao contrário daqueles que enigmaticamente deambulam horas antes de ouvir o apelo do estômago); uma grande fatia de bolo de amêndoa depois de uma sessão de amor (para os fumadores o caso é diferente...); caprichar no peixe assado com batatas e arroz para o jantar que rondou na cabeça o dia inteiro; trincar, petiscar, lamber, deglutir, cheirar ou devorar, enfim, a celebração dos sentidos que nos salvam por momentos da prisão que é ser-se um animal racional. Pouco animal e muito racional.