Entre invicta e augusta II

Voltei a Braga para um colóquio sobre sociologia da educação. Os minhotos parecem apostados em levar lá toda a gente que lhes permita aprender algo de novo. Desta vez, um peso pesado: o argentino Carlos Alberto Torres. Infelizmente cheguei tarde, apenas a tempo de o ouvir falar da importância de questionar o conceito corrente de cidadania, presente no título do encontro, e da necessidade de 'ouvir' os novos movimentos sociais, os mensageiros de um novo modelo ético e moral, assim como de interligar teoria e experiência no percurso do conhecimento. Tudo para, como disse citando Paulo Freire, ajudar a criar um mundo onde seja mais fácil amar (nada mais cativante para ouvir no início de uma manhã chuvosa). Depois ainda ouvi a Luiza Cortesão, que amadrinhou algumas sessões interessantes no meu mestrado, a reafirmar que devemos caminhar para encontrar uma justiça cognitiva, pré-requisito essencial se quisermos pensar a sério em qualquer ideia de justiça social. Para ela, isto implica pensar a educação com olhos diferentes, alertas ao daltonismo cultural que tem atravessado as nossas salas de aula, ou seja fornecer uma cultura operacional, sem esmagar as raízes culturais e conhecer a realidade através de uma prática, ainda que tacteante, de investigação-acção.

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