Quentinho, muito quentinho...


Depois de algum receio e estranheza inicial, a Micas está rendida aos encantos do aquecedor. Como qualquer gato que se preze, quanto mais quente melhor!

Personagens à procura de uma história #3

New look 3.0


O Ano da Orquídea - versão 3.0

O Ano da Orquídea - versão 2.0

A necessidade de actualização do html do blog, resultado do recente upgrade do Blogger, levou-nos a reformular a Orquídea e a entrar de "cara lavada" em 2007. Deu bastante trabalho porque o tal upgrade complicou bastante o código html e os meus conhecimentos nesta área são um pouco limitados. Espero que gostem do resultado! Os comentários e sugestões são sempre bem vindos.

O mapa que me anda a tentar...


É no próximo sábado. Anyone?

Consoadices


É difícil processar as informações que nestes últimos dias se foram degladiando com a orgia pantagruélica de comida cujas sobras ainda alimentariam um regimento. As sobras, por sua vez, resultam da periclitante auto-disciplina imposta pelo efeito de culpabilidade incutido pelos discursos da saúde e da estética, nesta altura tão ruidosos como os que apelam ao consumo desenfreado. Feitas as contas, não se passou mal. Major Tom e seus papás, sem marido, irmã ou sobrinhas, retomaram o fio da conversa que se foi esbatendo em deterimento da polifonia colectiva dos jantares semanais. A noite terminou a socorrer o cunhado que, talvez por achar que no Natal os automóveis circulam a água benta, deixou o depósito ficar sem gasolina e se arriscava a passar a noite numa saída da auto-estrada
Passou o dia, já está tudo de estômago recheado e consciência tranquilizada. Já podemos voltar à vida real?

;)

Quem já não se confrontou com uma situação destas?

Pouca terra pouca terra

Só recentemente me tenho vindo a aperceber da dimensão do problema da baixa taxa de conclusão das pós-graduações. Eu próprio faço parte do problema, sinto-o na pele, e como tal estou mais sensível à esta realidade. Seguramente não faltarão motivos para explicar o fenómeno, penso que se trata de uma questão complexa e difícil de equacionar de ânimo leve. Os meus motivos não são seguramente universais, e vou ficando com a sensação que entre os alunos, os professores e as instituições se vai driblando uma culpa que ninguém quer assumir e que apenas vai servindo para protelar os prazos até estes deixarem de fazer sentido (frequentemente depois de as próprias investigações se terem dissolvido na inércia).
Por isso foi com prazer (e correspondente ansiedade - nessa sim, já somos todos pós-graduados) que recebi a notícia de uma convocatória do meu mestrado. Hoje ainda exalo o momentâneo estado de graça do encontro, onde recebi um doseamento perfeitamente equilibrado de repreensão e encorajamento. Sinto que estou dentro de um comboio parado, à entrada de um túnel longo e obscuro; já temos os provimentos e o combustível, a maquinaria está carburada, e até parece que se entrevê aquela luzinha lá ao fundo. Só falta o aviso de partida.

Conjugalidade promocional

Alguns senhores juízes deviam ter vergonha na cara ao proferirem declarações desta natureza. Revelam uma completa ignorância da Lei que nos rege e, por consequência, uma falta de competência profissional (vá, toca a reler o art. 13º).
Com que então não pode haver crime de violência doméstica entre casais do mesmo sexo, por não existir "um caldo sociológico" de "relação de superioridade física do agente em relação à vítima" e por não haver casos de conjugalidade entre pessoas do mesmo sexo?! Hello?!?! Em que mundo vivem?! Saiam dos vossos gabinetes!!
E ainda por cima concluiem que "a protecção da família enquanto composta por cônjuges do mesmo sexo tem um notório - e apenas esse - valor de bandeira ideológica, uma função, por assim dizer, promocional".
Não sei porque ainda fica estupefacto com este tipo de afirmações!

Ou, em alternativa, para gostos mais sensíveis...


Bus ride and flowers in her hair, de Asaf Agranat (Reino Unido), poema minimalista em competição na última edição do Cinanima.

O ocidente do oriente

O ocidente e o oriente são construções feitas a partir de discursos e de olhares. Como tal, podem ser reformuladas e reapresentadas de forma diferente. Aos que acham que dessa reelaboração não pode surgir nada de novo, aconselho o visionamento deste clip, cortesia do YouTube.

Bolo de sábado


Em equipa (ou é cavalo?) que ganha não se mexe: pela terceira vez na mesma semana preparo um bolo de licor para um jantar com amigos. Aproveito o conteúdo de uma garrafa em que ninguém parecia interessado e sempre é uma tarefa simpática para um sábado gélido. Havia uma daquelas luzes que aquecem a alma na corrida matinal entre a Ribeira e o Castelo do Queijo, onde depositei a semana inteira. Com a gata ao colo a apreciar Devendra Banhardt (It's simple, we don't wanna kill...), controlo o relógio. O bolo já deve estar.

O grande tanque

Só o profundo azul da piscina me reconcilia comigo e me dá tréguas na batalha que travo com as minhas inseguranças no trabalho, nos estudos ou nos olhos nos olhos. Gosto de ser o único no grande tanque que mergulha e experimenta a breve e solitária quimera da outra dimensão.

Uma boa notícia e mais trabalho por fazer

A ILGA-Europa, juntamente com com dois dos seus membros - a LBL (Dinamarca) e a LSVD (Alemanha), ganhou o estatuto consultivo no concelho das Nações Unidas, algo pelo qual já se vinha a lutar há vários anos. Pode tratar-se de um novo patamar de batalha e é indubitavelmente um reconhecimento merecido por uma das lutas mais justas que me ocorre lembrar. Ao mesmo tempo, está a circular uma petição dirigida precisamente à ONU no sentido de aumentar a pressão internacional para a descriminalização universal da homossexualidade. A petição já foi assinada por figuras mediáticas como Meryl Streep ou o português José Saramago e por organizações de todo o mundo (com pouca mas significativa presença africana e a ausência asiática). É para assinar e divulgar aqui.

Personagens à procura de uma história #2

Bazar de Natal

Começou hoje o Bazar de Natal da Casa da Animação. Até dia 23 de Dezembro poderão fazer aqui a vossas compras de Natal. Ilustrações originais, objectos de autor, dvds e brinquedos são alguns dos artigos que poderão encontrar. 20% das receitas revertem para a favor desta instituição. Boas compras e, já agora, aproveitem para ver alguns dos filmes que passaram no Cinanima.

Horário do Bazar:
das 14h às 19h30 (seg a sex)
das 14h às 21h30 (sab e dom)


Morada:
Rua Júlio Dinis, Edifício Les Palaces, 208-210 - Porto

Miss B. at the beach


queremos capitanear, mas restam-nos escombros
uma voz já bastou, mas somos indizíveis
perdemos o olhar num vidro ensolarado
e brincamos para desougar o pensamento
para terminar
quebremos de novo o ritmo do compasso

Cat Power na Batalha


A noite prometia tudo. E a figura esbelta e cambaleante em cima do palco deu tudo. Embriagada, Chan Marshall embriagou-nos, e ofereceu-nos um concerto pouco profissional mas superlativamente sentido, como já não se faz.

Momento alto: preparada para atacar um solo de piano (onde entre outras atacou este arrepiante 'I don't blame you'), Chan Marshall, a mulher do palco, afirma que Chan Marshall, a verdadeira, está escondida nos bastidores. Aparentemente estava grávida... de Bob Dylan, mas não é suposto divulgar. Enfim, para mais tarde recordar...

Entre invicta e augusta II

Voltei a Braga para um colóquio sobre sociologia da educação. Os minhotos parecem apostados em levar lá toda a gente que lhes permita aprender algo de novo. Desta vez, um peso pesado: o argentino Carlos Alberto Torres. Infelizmente cheguei tarde, apenas a tempo de o ouvir falar da importância de questionar o conceito corrente de cidadania, presente no título do encontro, e da necessidade de 'ouvir' os novos movimentos sociais, os mensageiros de um novo modelo ético e moral, assim como de interligar teoria e experiência no percurso do conhecimento. Tudo para, como disse citando Paulo Freire, ajudar a criar um mundo onde seja mais fácil amar (nada mais cativante para ouvir no início de uma manhã chuvosa). Depois ainda ouvi a Luiza Cortesão, que amadrinhou algumas sessões interessantes no meu mestrado, a reafirmar que devemos caminhar para encontrar uma justiça cognitiva, pré-requisito essencial se quisermos pensar a sério em qualquer ideia de justiça social. Para ela, isto implica pensar a educação com olhos diferentes, alertas ao daltonismo cultural que tem atravessado as nossas salas de aula, ou seja fornecer uma cultura operacional, sem esmagar as raízes culturais e conhecer a realidade através de uma prática, ainda que tacteante, de investigação-acção.

Entre invicta e augusta

Uma semana de férias... do emprego. Acho que a ideia inicial era alinhavar coisas do foro académico, mas isso ficou para outras calendas. Aproveito para uma dobradinha na bracara augusta. Em representação da ILGA, participei num colóquio organizado pelo curso de Sociologia da Universidade do Minho. Ocasião para tentar cumprir o meu papel e relembrar também o meu próprio percurso em frente a uma plateia de jovens imberbes mas ainda assim aparentemente interessados (a avaliar pelo debate que se seguiu). Falou-se das dinâmicas e contradições entre perspectivas essencialistas e construtivistas em relação às questões LGBT. Procurei destrinçar um caminho que evitasse visões simplistas, mas nisto de falar com novatos nas matérias há sempre que recuar em linguagem e reflexão (senão também não tinhamos lugar ali, é verdade). A ideia era tentar sensibilizar aquela juventude, massa crítica em potência, para a necessidade de explorar e conhecer realidades provavelmente pouco exploradas na sua formação e alertar para a importância de utilizar e até conceber novos instrumentos para as analisar. Falamos, ouvimos, trocamos ideias. Não era assim que devia ser sempre?

Personagens à procura de uma história #1

Armem por favor as armas do amor*


Perfeito para quem se desculpa com o tempo que demora. Disponível para já na África do Sul, aceitam-se sugestões para uma versão nacional: Tá a andar, Semp'a abrir, Bora lá, Já está, E mai nada...

* Sérgio Godinho





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