Miss B.


Em casa de amigos, enquanto escrevo, Miss B. é cortejada. É bom saber que se deve sentir com o ego bem afagado. "Sou desejável". O rapaz que a seduz sabe-a toda, já lhe conheço os movimentos. Estamos em sua casa, um belíssimo espaço à beira Vouga, repleto de histórias (incluindo algumas minhas, de há dez anos para cá). Miss B. e eu já fomos namorados, na altura em que ambos sabíamos já o que a casa gastava em preferências sexuais, mas em que a fome de calor humano falava mais alto que a solidão. Conhecemo-nos na Associação de Estudantes, na altura em que a Universidade já era uma etapa que tentavamos penosamente ultrapassar para chegar ao que realmente interessava. Há dias, eu e o Venus aceitamos o convite para o seu jantar familiar de aniversário. Nós os dois, Miss B e a sua família. Uma nova experiência. A mãe achou que o Venus me ficava bem.
Gostava de poder reter estas sensações, como quando fazemos amor e por momentos parece possível ter cá dentro outra pessoa.

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