Cachorro!


Precioso, como diriam nuestros hermanos, é um dos adjectivos que aplicaria a este filme, de Miguel Albaladejo, que dificilmente passará nas salas portuguesas. A história de um rapaz de nove anos que, pelo 'desaparecimento' da mãe acaba por ser deixado ao cuidado do tio, um médico independente e hedonista, residente no conhecido bairro madrileno gay da Chueca, perfeitamente entrosado na sub-comunidade bear, parecia ser o pretexto ideal para mais uma daquelas comédias de situação a la americana. Mas o filme segue por caminhos pouco óbivos, e oferece um retrato humano sobre o que podemos entender como família, sobre a partilha da dor e do crescimento. A questão das novas formas de família, e designadamente da homoparentalidade é apresentada sem pedagogias fáceis e delicodoces: tudo é difícil e agitado, como na vida real acontece com todas as famílias. Se estivessemos num país em que os professores se preocupassem verdadeiramente com o valor da diversidade e da igualdade, seria de projecção obrigatória nas escolas.

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