Post Zen

Em estado zen, desisto de escrever para comentar o último filme do Tim Burton. A única coisa que me ocorria é a de que precisava de falar sobre a morte, e não me conseguia descentrar da associação livre que fiz com a Morte em Veneza e daquele post que deixei de lado, em que tencionava falar sobre a falsa questão da impossibilidade da adaptação de um bom livro ao cinema, em que concluia sobre a importância, em ambos os meios, de utilizar a inteligência e o génio (a propósito da qualidade de ambas as versões, a literária, do Thomas Mann e a cinematográfica, do Lucchino Visconti). Apercebi-me então que precisava de mar (às vezes acontece-me precisar de mar). Arrumei as trouxas e rumei à Fnac para procurar uma versão baratinha de La Mer, de Claude Debussy, uma das peças que me ronda na cabeça desde a pilhagem à colecção de vinis dos pais dos meus amigos do liceu (este mar já me assalta o pensamento, portanto, há já quase uns quinze anos). Depois de me desembaraçar da cidade, abanquei em frente ao mar e pus-me a pasmar. O mestrado ficou arrumado na pasta, mas não obstante senti-me mais sábio.

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