A vítima do medo


Se há filmes capazes de sustentar durante quarenta e cinco anos um carácter de vanguarda, Peeping Tom, (re)visto há dias, do britânico Michael Powell, é seguramente um deles. Com um enredo sofisticado e uma ambientação demencial muito conseguida, podemos lê-lo de diferentes ângulos e de acordo com camadas distintas: a simples trama de suspense, a releitura dos cânones cinematográficos, a tese sobre a psique humana ou a subversão de papeis (de vítima a agressor, passando por uma masculinidade truncada e um complexo de electra). Com tanta transgressão, não admira que tenha sido enxovalhado na sua estreia, mas ainda vamos a tempo de nos redimir.

2 Comentários:

  1. o terceiro homem disse...
    Sem dúvida que ainda suporta bem o carácter de vanguarda. É um filme genial.
    Major Tom disse...
    ok, já não estou sozinho!

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