Efeito Chueca


Em período de campanha eleitoral autárquica, ainda não ouvi ou li uma única palavra que se referisse à temática LGBT (lésbica, gay, bissexual e transgénero), ressalvando contudo o meu relativo alheamento e desinteresse. Num primeiro relance, dificilmente se fará a associação entre o papel de uma autarquia e estas questões. Contudo, ao tomar notas para um debate promovido pelo Bloco de Esquerda, que não chegou a acontecer, realizei algumas possíveis consequências dessa relação (em parte resultantes de uma interpelação da associação em que colaboro aos partidos candidatos no Porto): primeiro aspecto – a criação de um espaço de apoio e orientação LGBT, à semelhança do Centro Comunitário Gay e Lésbico de Lisboa e de muitos outros espalhados por essa Europa fora, segundo a matriz norte-americana; segundo – uma intervenção no sentido da articulação das respostas sociais a nível local às vítimas de homofobia; terceiro - a monitorização do registo e da aplicação das uniões de facto, a começar pelo próprio corpo de funcionários; quarto - a promoção de uma imagem positiva e gayfriendly da cidade, através da inclusão de informação LGBT nos postos de turismo e nas campanhas de promoção no exterior; quinto - o apoio a iniciativas culturais e de sensibilização LGBT, tais como exposições, debates, ciclos de cinema ou outros eventos; sexto - a promoção de iniciativas de educação sexual nas escolas do primeiro ciclo e de formação dos professores para a diversidade. Isto seria apenas numa reflexão inicial. No debate que não chegou a acontecer, cujo tema seria “Activismo LGBT e a cidade”, penso que seria importante também sublinhar a necessidade da esquerda provar que realmente valoriza o efeito diferenciador dos critérios culturais e identitários, incluindo o da identidade de género ou a orientação sexual, no binómio inclusão/exclusão, ao mesmo nível que sempre colocou o critério económico ou social. Só assim poderá conquistar a credibilidade e confiança que parece ter logrado, por exemplo, junto de nuestros hermanos. Ou serão apenas impressões pessoais resultantes da recente passagem na madrilena e tão acolhedora Chueca?

1 Comentário:

  1. Anónimo disse...
    O "ground control" não se quer interessar , major tom. há medo, pode tirar votos e, neste momento , é só isso q interessa. não viste como foram desenterrar o soares com medo q o cavaco hanhasse e como este continua a dizer nim para q o povo não se esqueça q ele existe?
    Mas gostei da enumeração e das ideias e espero q as levem, logo q possível, a bom porto.
    beijos a saber a tinto cão.
    1deabril

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