A linha da leitura


Haverá coisa melhor do que devorar nas férias aqueles livros que vamos encostando ao longo do(s) anos precisamente para esse efeito? Bem, haverá, mas digamos que numa lista de favourite things este andaria perto do topo. Entre uma viagem e outra, este ano houve tempo para "A linha da beleza", esse romance visceralmente britânico (o que poderá afastar alguns) de Alan Hollinghurst, que me agarrou com um retrato da implacável estratificação social, num cenário perfeito para desenhar ascenções e quedas de heróis. São vários os significados que a linha do título assume ao longo da narrativa, reveladores dos vários tons que a atravessam: ora remete para um ornamento decorativo típico de palácios abastados, ora para a linha dessa popular droga dos eighties, ou ainda para o dorso de um nú masculino. Uma profunda reflexão sobre a Inglaterra sob o jugo da Dama de Ferro, a que não faltam uma alusão musical aos The Clash (curiosamente na transposição televisiva - na imagem - ouve-se ´Brand New Cadillac', um dos poucos temas hedonistas de uma banda quase sempre política, e que eu associo sempre à minha irmã e a um Verão de quase identificação fraternal).

2 Comentários:

  1. T disse...
    Muito bom este livro..também gostei de ver a série na DOIS.
    Anónimo disse...

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