Amor pós-moderno
Já não fazia isto há séculos. Apeei-me do trabalho e ao fim da tarde lá fui sozinho ao cinema, para ver o Closer (Perto Demais), um filme que anda a causar alguma discussão na blogaysfera. Não me arrependi: o filme deixou-me num estado meditativo que rareia agora nos meus dias (será que preciso de uma noite de insónias para entrar em contacto com o meu verdadeiro eu?) e revelou-me um texto seco, mas intenso, e uma atriz a seguir com atenção - Natalie Portman (na imagem). Basicamente, fala das relações e da intimidade no novo cenário definido pela modernidade tardia (ou pós modernidade, whatever), ou seja, vale tudo se o resultado final do nosso investimento der um saldo positivo, postas na mesa todas as cartas possíveis. Isso implica ter em conta que na vida nada é uma fatalidade, e o percurso vale enquanto formos felizes, ou acharmos que caminhamos no sentido da felicidade (ou da sua aparência, dá para todos os gostos). Lembrei-me de um outro filme - O Eternal Sunshine of the Spotless Mind - que também lidava com a ideia de intensidade e de eternidade amorosa de uma forma curiosa e, a meu ver, muito válida. Porque não inverter radicalmente as regras do jogo da sedução? A partir de agora, o período do enamoramente serviria para mostrar o pior que temos e somos. Daí para a frente, se resultasse, as coisas só poderiam melhorar... não era?
O facto de não se dar valor ao que se tem, até se perder.
E a música que não me sai da cabeça. Excelente Natalie Portman a caminhar pela rua...
Um dos meus filmes favoritos deste último ano.
Mark