Corropios domingueiros
Antes de criar este blog, tínhamos magicado a ideia de criar um outro só sobre viagens, lançando as nossas opiniões e sugestões em relação a tudo o que fosse sendo experimentado (bom, em quase tudo, claro...) nos nossos passeios. Posta de lado a iniciativa, deixo aqui um post perdido desse blog imaginário, relativo ao último Domingo.
Partimos ao fim da manhã, a estrada previa-se fácil e sem horários pré-estabelecidos. Em direcção a Aveiro, depois virando para o Luso, onde paramos para almoçar na acolhedora Pensão Astória (apesar do nome sonante, uma pequena pensão, quase esmagada pelo peso do grande hotel termal mesmo do outro lado da rua). Aí papamos uma deliciosa chanfana à bairrada, seguida de um divinal (em todos os sentidos) toucinho do céu. Fomos fazer a digestão nos jardins do Bussaco (ou Buçaco, conforme as versões encontradas nas placas), pondo as leituras em dia sob um solzinho reparador. No jornal, vários artigos gay-related nos chamaram a atenção (terá sido uma intenção editorial do Público?) Na primeira página, o abjecto, homofóbico e insuportável discurso de Braga do nosso primeiro, já sobejamente constestado, até pelos próprio militantes do partido, que mal vêm a hora de poder escolher outro líder. Na revista, um artigo sobre umas mangas japonesas que retratam relações entre homens - dizem que estão a causar grande furor no oriente (lá sempre trataram das questões de género de uma forma mais aberta) e agora no ocidente. Para completar, destaque para uma biografia sobre Abraham Lincoln, onde se desvenda a sua homossexualidade.
Consolados, avançamos em direcção à Anadia, e paramos na Curia, um belo parque com lago e mais edifícios (oitocentistas?) semi-abandonados, como que vestígios anacrónicos de um tempo de esplendor perdido para sempre. Destaque para o esplendor melancólico do enorme Palace Hotel (na imagem). Aí a sugestão é levar uma bicicleta na bagagem, porque o local é plano e convidativo. O regresso faz-se sem sobressaltos e é rapidinho, a tempo farto de jantar e de outras leituras.
PS: claro que a ideia era ter depois toda a informação bem documentada com os percursos ideais na estrada, quais os recursos necessários bem como toda uma série de outras informações que eu, como desorientado que sou, nunca seria capaz de fornecer (that woul be a job for Venus...).