Sexo, naturalmente!
É a questão que eu debato com a minha amiga desde que nos conhecemos: será a sexualidade algo imbuído de um pano de fundo biológico, como se a Natureza ditasse ela própria alguns dos nossos comportamentos, ordenando aqui para sentirmos esta atracção e não aquela, por tal respeitar uma ordem na evolução das coisas, ou será ela apenas um reflexo do social, sendo todas as nossas opções, e a própria ideia de desejo, por ele ditadas? É o velho debate entre a perspectiva essencialista (a que vamos associando Roland Barthes, a teoria das espécies de Darwin e a corrente evolucionista) e a perspectiva construtivista, onde, nas conversas acaloradas, ergo a minha barricada. Pelo meio vou pensando naquela boutade que alguém lançou (sou péssimo no respeito pela propriedade intelectual, admito): quando duas pessoas discutem, nenhuma delas deve ter razão. Na mouche coube a leitura, mesmo no dia seguinte a um serão de conversa em torno desta temática, do pequeno livro "Currículo, Género e Sexualidade", de Guacira Lopes Louro, brasileira, editado pela Porto Editora, onde a autora vai reflectindo sobre os cruzamentos entre o ensino e estas questões, de uma forma esclarecedora e fresca. Uma ajuda, quissá, para encontrar um novo rumo neste angustiante mês de definição de projecto de dissertação, uma semana depois de ter descoberto que alguém já estava a fazer o meu trabalho...
A tua amiga.
Nesta sessão tive uma conversa com um rapaz, que quando entrei aqui, fiquei a achar que este comentário poderia ser seu...
bem, o facto de alguém se antecipar a nós no nosso projecto de investigação... é angustiante e pode deitar-nos abaixo, mas simultaneamente pode ser um desafio!!!
Se fores o dito rapaz, com quem falei hoje... pode ser que a minha investigação não se enquadre exactamente no teu projecto de investigação.... e se se aproximar.... as abordagens podem ser distintas. O quadro teórico e metodológico podem ser distintos...
a análise é distinta.... subjectividades inerentes ao/à investigador/a...
Espero não estar a dizer coisas sem sentido.... mas fiquei com a sensação que «o alguém poderia ser eu..... e tu, o rapaz de hoje à tarde na sessão da Guacira.