Matinália
A manhã começou tarde, luminosa e lânguida. A cama estava vazia e já se sentia actividade na casa: um teclar descompassado no computador e uma bola a sofrer torturas de gata. Depois do beijo, preparei com paciência e vagar o pequeno almoço e instalei-me com os suplementos do jornal do dia anterior (eia, o Mil Folhas agora sai à sexta!). Bebi dois cafés e troquei olhares com a janela. Decidimos sair. Como já tem acontecido, escolhemos o destino à porta da garagem. Seguimos em direcção ao mar, com livros no tablier. O Sol estava filtrado por um nevoeiro glauco e misterioso, que emprestou à praia uma atmosfera selvagem e sebastiânica. Não se via quase vivalma. Deixei a água revigorar os tornozelos e conversamos sobre as próximas viagens, tema inesgotável mesmo quando não há férias nem dinheiro. Foi o estômago que nos obrigou a regressar. Desta vez cozinhei eu e ele tratou da louça. A gata derrotou um grande insecto.
A tarde ainda não aconteceu.
Ah.. vou cobrar o catálogo sim!
beijosssss