Marie Antoinette


Uma prisioneira num palácio. Um trabalho notável de reconstituição, de elaboração barroca, com imagens deslumbrantes (algumas mesmo sublimes) e enquadramentos que reconstituem na perfeição o imaginário pictórico da época. Todo o cenário, apesar de real, funciona como uma abstração: mil olhares vigiam os mínimos movimentos da rainha adolescente, joguete maior da encenação decadente do fim da velha ordem. As crianças são pequenos adultos, como muito bem observara Phillipe Ariès. A música, entre as composições de época para orquestras de câmara, e os sons urbano-depressivos dos New Order ou dos The Cure, insere-se no cenário e comenta a narrativa. Um filme arriscado (em todos os sentidos, sendo a ausência de 'comentário político' o mais evidente), mas quanto a mim conseguido, desse valor seguro que começa a ser a assinatura da Sofia Coppola.

3 Comentários:

  1. Anónimo disse...
    "Ano da orquídea", o melhor crítico cenematográfico que conheço!Já estou com água no bico, não quero perder:-)

    M.João
    Rekoa Meton disse...
    Estou com a pulga atrás da orelha para ver este filme desde Maio. Já ouvi dizer que era uma porcaria de filme, mas prefiro acreditar em opiniões como a tua. Vamos lá a ver quando posso tirar as minhas próprias conclusões...
    magarça disse...
    Gostei. Esteticamente é perfeito, e cria uma maria antonieta simpática.

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