As origens de Amin Maloouf
Ainda a propósito das identidades, mas desta feita às voltas com a ideia de nação, lembrei-me de uma muy interessante entrevista do Amin Maalouf, sob pretexto do lançamento da tradução portuguesa do seu novo romance autobiográfico "Origens". Escritor nascido no Líbano e residente em França, já no anterior "Identidades Assassinas" insistia nesta ideia, do quão brutal pode ser esta tentativa omnipresente de encaixar toda a gente numa palavra e numa bandeira, nessa constelação organizada de interesses que dá forma às nações. Citando, do prólogo deste novo livro: "Não gosto de raízes e da imagem ainda menos. As raízes enfiam-se na terra, contorcem-se na lama, crescem nas trevas, mantêm a árvore cativa desde o seu nascimento e alimentam-na graças a uma chantagem: 'Se te libertas, morres!' As árvores têm de se resignar, precisam das suas raízes; os homens não. Respiramos a luz, cobiçamos o céu e quando nos metemos na terra é para apodrecer.(...) A única coisa que nos une uns aos outros, para além das gerações, para além dos mares, para além da Babel das línguas, será o ruído de um nome."
1 Comentário:
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- Pequenos Nadas disse...
3:34 da tardeNunca tinha imaginado as raizes assim...sombrias, contorcendo-se no meio da terra e subjugando a arvore...por aqui se pode ver a influencia do modo como sempre subliminarmente aprendemos a ver as coisas dum determinado modo...o importante e ganhar espirito critico!