Balada da lula e da baleia


De regresso a uma sala de cinema, passados uns bons dois meses, pelas nossas contas. As alternativas em cartaz não encorajavam a saída e o calor convidava a outras andanças. Felizmente a temperatura esteve do nosso lado, e lá fomos ver A Lula e Baleia, por sugestão do marido. É um filme simpático, sai-se da sala com essa impressão. Não mexe com o estômago, mas é inteligente, bem escrito e com um punhado de boas interpretações (sempre gostei do ar de looser do Jeff Daniels, aqui com um papel à altura, uns vinte anos depois de "Selvagem e Perigosa", de um na altura mais promissor Jonnathan Demme). Há algumas piscadelas de olho cinematográficas e outras prendas para nostálgicos dos anos 80, altura em que se desenrola a acção. Há pontos em comum com outro filme onde Noah Baumbach esteve envolvido como escritor, mas também com outros trabalhos da fornada dos filhos dos baby boomers (Sofia Coppola, Spike Jonze ou Wes Anderson à cabeça): a desagregação da família nuclear, as dores do crescimento, os complexos (édipo e electra, entre outros) e a procura de genealogias afectivas, mas também o recurso a uma sonoridade e imagética que nos transportam para um tempo em que julgávamos que tudo morria aos 30 anos de idade. "On n'est pas serieux quand on a 17 ans"?

1 Comentário:

  1. Major Tom disse...
    Sabes que depois ia substituir a frase por: "um tempo em que SABÍAMOS que tudo morria aos 30 anos de idade", mas o blogger bloqueou e não me deixou alterar (algum mecanismo de prevenção do negrume pessimista?)

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