A alma das coisas
Tenho uma tendência zen em relação aos objectos. Talvez nunca tenha verdadeiramente ultrapassado uma fobia adolescente contra o materialismo, fruto conjunto de um marxismo mal digerido e de leituras como o "Sidharta". Custa-me sempre infinitamente mais adicionar mais objectos ao meu pequeno património do que desfazer-me deles. É como se cada coisa que nos pertence fosse mais um pequeno acréscimo de responsabilidade, mais um peso na âncora que nos dificulta a navegação na questionável metáfora aquática da vida. No final, são poucos os objectos que transportam uma hipótese de história. Como estas sapatilhas: passearam, correram, pintaram paredes e levaram-me do trabalho para os braços do namorado. Lixo com elas.
2 Comentários:
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O passado sempre foi pesado, e de certo modo desinteressante, dado que o presente é mais absorvente e o futuro, esse precisa de espaço!!