A escola

Os desafios apresentam-se sempre com um nó no estômago. Convidado pela mana, fui fazer uma pequena palestra sobre sexualidade a uma turma do oitavo ano. O pânico assaltou-me. Não se tratam propriamente de outras idades, são literalmente mundos diferentes dos que estou habituado a visitar com estes temas. No cômputo geral, parece que resultou bem, fizeram-se perguntas, houve muita risada pelo meio (fundamental para dessacralizar alguns tabus) e os cadernos foram-se preenchendo de referências e alguns contactos: puberdade, adolescência, sexualidade, contracepção, género, DST's, orientação e identidade sexual, apoios, etc. Passada hora e meia, a campaínha tocou e despoletou uma verdadeira explosão de pastas, casacos e adolescentes em todas as direcções. É um lugar comum, mas verdadeiro: os catraios (alguns do meu tamanho) têm curiosidade e gostam de falar sobre o assunto; não seria isto só por si motivo suficiente para devolver à escola o papel de saciar a vontade de saber? Quando voltei ao meu dia normal de trabalho, o nó dissolvera-se para dar lugar uma aliviada exaustão. Na cabeça, o eco do grande pátio.

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