Pedro e a rosa

Um longo corredor circular, vazio. Luz esbatida. Uma silhueta movimenta-se na sombra, junto à parece redonda. São dois corpos enlaçados. O ar está quente e abafado, com uma suave névoa. Por todo o lado, um som tenso e vigoroso, altera o nosso ritmo cardíaco. Ao entrar por uma abertura para o grande salão, o som torna-se mais claro. Na penumbra consegue-se destinguir uma multidão fixada na boca de cena, onde uma figura esguia com o rosto iluminado por um foco se lança num lamento, respaldado por três músicos que se movimentam freneticamente num cenário sóbrio e um pouco lúgubre. O escuro somos todos nós, guiados pela rosa na lapela de Peter Murphy.

PS: o regresso de bandas da nossa adolescência coloca sempre um dilema. Queremos acreditar que são eles que envelheceram, que o som está mais mole e que tudo parece mais encenado. Mas nunca pensamos que a mudança aconteceu também connosco e que talvez precisemos agora de outras bandas sonoras.

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