SOS Homofobia

Ela está no meio de nós. É preciso uma tragédia como a do assassinato da Avenida Fernão de Magalhães para que ela seja reconhecida? Alguém ainda se interroga porquê que é tão importante reivindicar a contemplação na legislação sobre crimes de ódio o critério da homofobia ou mesmo a luta pela igualdade no casamento? Vivemos tempos sombrios. Cada gesto de desprezo, cada palavra injuriosa, cada esquecimento, serão como uma dessas pedras lançadas na escuridão covarde sobre um corpo indefeso.

4 Comentários:

  1. R.Gonk disse...
    Concordo contigo, gelei ao ouvir a notícia pela manhã (e não foi pelos 3° que se faziam sentir), mas antes de tudo choca a insignificância à qual chegou a vida, o direito à existência esvai-se na simplicidade de um "delete"!
    Daniel J. Skråmestø disse...
    Ouvi a notícia ontem à noite no noticiário da rtp 2. A vítima era sempre referida como "toxicodependente". A certa altura foi referido como "prostituto". Ninguém falou em transvestismo.
    Curioso como o cuidado em ser politicamente correcto às vezes cai para o lado oposto.
    Anónimo disse...
    Penso que a tragédia referida não se enquadra propriamente no contexto da homofobia, mas um caso mais geral de violência excercida sobre os mais fracos. Há, infelizmente, tristes estatísticas que demonstram que os crimes cometidos por crianças ou adolescentes têm por vítimas "sem abrigos", crianças mais fracas. Penso não se tratar de um caso de homofobia.
    Major Tom disse...
    pois eu penso que sim, é inevitável pensar numa forma específica de homofobia: a transfobia. diariamente, estas mulheres que caminham nas ruas tentandos os possíveis por sobreviver, mantendo-se verdadeiras, são alvo de perseguições e agressões, do mais profundo, odioso e humilhante desprezo que o ser humano consegue produzir. o facto de ela ser doente, toxicodependente ou sem abrigo não pode ser atirado para a arena dos julgamentos, como se isso de alguma forma matizasse a culpa ou explicasse o acto. somos todos responsáveis, e temos que reconhecê-lo enquanto sociedade, caso contrário outras tragédias se seguirão.

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