Pas de deux


Nova intersecção da memória (não somos nós feitos de passado?). Cruzo-me na piscina com um conhecido de tão longa data que quase acredito em reencarnações, outrora camarada de copos e fumos. Está sem trabalho há tanto tempo que parece uma vida inteira. Avisa-me que está para sair a publicação de uma prosa poética da sua pena: uma espécie de manual do desempregado. A partir dos textos conta ainda concluir um álbum (também é músico auto-didacta com um CD já editado) e montar uma encenação musical e teatral (na verdade o sucesso na vida é um conceito relativo).
Poucos instantes após, encontro num jornal o nome de Klaus Nomi, o alien responsável por essa fabulosa Cold Song que associarei sempre a um pas de deux numa casa em ruínas em plena Mouzinho da Silveira: ele a descer de umas escadas, iluminado por trás para o escuro da sala, de repente um foco de luz sobre a cara e no lugar da boca uma enorme gerbera. Os vinte anos aproximavam-se, luminosos.

3 Comentários:

  1. Venus as a boy disse...
    Como disseste tu no outro dia "não há futuro ou presente, apenas passado. o presente já é passado." Por esta lógica, nós só somo feitos de passado ;)
    Anónimo disse...
    Não quero rever-te reencarnado numa piscina; e porque ainda está para aí muito passado para nascer de futuro we have to keep up, vai um cafézito on the beach tomorrow?
    Anónimo disse...
    R.Gonk posted at 8:59 AM :)

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