Seguiu-se Miguel Vale de Almeida, actualmente a desenvolver um trabalho de pesquisa comparativa precisamente sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo, com trabalho de campo já desenvolvido na Catalunha. Começou por destacar a especificidade deste tipo de reivindicação, que parece assumir, aos olhos de muitos, um carácter não revolucionário, mas sim integracionista. Viajou então entre o conjunto de discursos pró e contra, agrupando alguns como conservadores, outros como progressistas e ainda como radicais, vincando que os mesmos podem emergir de contextos socialmente heterogéneos. Ressalvou também que o próprio discurso antropológico se encontra atravessado por formas de reprodução simbólica da matriz heterossexual e como tal deve ser ele próprio analisado criticamente. Finalizou com excertos deliciosos e eloquentes de testemunhos de casais entrevistados, recolhidos pouco antes de sair no país vizinho a lei que alargava o direito do casamento civil a toda a população. Este era de resto um autor que já adoptara um posicionamento sui generis no mapa das ciências sociais em Portugal, ao estudar práticas de sociabilidade masculina no Alentejo e ao envolver-se activa e publicamente na causa LGBT e noutras demandas da modernidade radical...
Ref.: poderão espreitar alguns textos em http://valedealmeida.no.sapo.pt/off.pdf

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