Planeta Sigur Rós
Tenho que fazer isto mais vezes. Cedi ao impulso, e sem grande expectativa enfiei-me no Coliseu para aquele que viria a ser um concerto desconcertante (soa-me bem). Já ouvia Sigur Rós, mas em doses muito moderadas, por um lado porque me parecia que a casa se enchia de uma melancolia que se agarrava às paredes, mas também porque algum daquele som me parecia forçado e enjoativo. Ontem não senti nada disso, apenas o deslumbramento perante um verdadeiro OVNI auditivo, mas também visual (é inolvidável aquela figura esguia e curvada do vocalista, a esgrimir um arco contra uma grande guitarra). Ao entrar, ouvia-se já o som de um grupo de meninas no palco, que nos transportaram directamente para a oficina do Pai Natal com todos aqueles cabelos, saias sem cós e instrumentos de brincar. As fadas vieram depois ajudar na secção de cordas aos seus conterrâneos durante uma grande parte do show. E eu não conseguia deixar de olhar para o tecto da sala e imaginar que aqueles grandes círculos eram a parte de baixo de uma nave espacial que levantaria voo assim que terminasse o espectáculo, transportando aquela gente de volta para o planeta de onde vieram. Islândia? Takk.
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obrigada, major!
1deabril