Volere Volare
Já não me lembro em que recanto da memória escondi o momento em que vi este filme (a tradução portuguesa seria "Querer voar"), mas recordo-me bem da sensação de liberdade que exalava, diferente de tudo quanto tinha visto até à altura. Para além de uma interessante curta-metragem totalmente animada, não consegui apanhar mais nada do Maurizio Nichetti, mas recordo-me de ele aparecer recorrentemente na TV italiana e de o associar à família do Roberto Benigni ou do Nanni Moretti: os cómicos de intervenção. O filme retrata as peripécias de um triste sonoplasta, que trabalha tanto para filmes de animação como para filmes porno (hilariante a sequência da sonorização de uma cena hard entre vários homens e mulheres). Ao enamorar-se de uma prostituta, a sua verdadeira identidade (realmente este tópico é viciante...) começa a emergir, e transforma-se numa personagem animada. A técnica é idêntica à utilizada quase na mesma altura no "Quem Tramou Roger Rabbit?", mas como se vê, a história movimenta-se por territórios mais... sugestivos. No auge do filme, um Maurizio ainda de carne e osso liberta-se de duas luvas animadas, que transportam a sua amada numa dança acrobática no céu de Roma, realizando assim a sua fantasia de infância. Imaginam algo mais romântico?