Marcha LGBT: não finja que não vê!
FOnte: Portugal Gay.PT
Sem fotos, fiquei 'apenas' com as imagens e impressões que consegui captar na minha cabeça. Foram duas horas intensas e inesquecíveis. Fiquei orgulhoso de pertencer a este movimento, e senti-me parte integrante de uma grande, brilhante e ruidosa lição de democracia, descendo na avenida baptizada de Liberdade. Segurei a bela faixa do GRIP, gritei palavras de ordem, cantei, fiquei sem voz e recuperei-a. Encantei-me com o vigor guerreiro das Panteras Rosa e as suas magníficas caudas, e com a pujança sedutora das drags.
Num cruzamento mágico, veio ao meu encontro uma voz familiar, que acompanhei durante metade do percurso, com previlégio a conhecer finalmente e transportar uma das estrelas do evento: a fantástica Francisca ;-) (o piscar de olhos é para ti, patusca). Bem, seguramente será fácil encontrar elaborações mais ou menos pessoais do evento um pouco por todo o lado. A verdade é que nestas coisas, por estranho que pareça, é difícil ter uma ideia do conjunto, do impacto exterior, mas a receptividade dos transeuntes pareceu-me, regra geral, bastante acolhedora.
À noite, ainda um saltinho para espreitar o Arraial no Parque do Calhau, após uma verdadeira odisseia kafkiana às voltas com o caminho, que me fez ficar piúrso por me ter feito faltar a um compromisso associativo! A visão da multidão, inacreditavelmente maior do que a presente na marcha, impressionou-me de imediato. Mas fiquei apenas com esse primeiro impacto, eram horas de recolher os passageiros e abalar de volta para casa, desperto com o som doce das conversas entre amigos.
A patusca continua por aqui a sorrir que nem uma perdida. Assim não é fácil uma pessoa não perder a pose.
Fiquei a perceber porque te chamam por aqui, às vezes, de queijinho
Jó