DT Yamaha!
Se eu fosse o Serge Gainsbourg, fazia agora mesmo uma música sobre a minha DT Yamaha, com toda sensualidade pueril com que ele falou do seu adorado Ford Mustang. Quem me conhece há pouco tempo se calhar não me consegue imaginar em cima desta máquina, mas a verdade é que já fui considerado o motard lá do 105 das Camélias (não digo da rua, porque a concorrência era forte). Na minha 50, fiz toda a licenciatura, escapando ao trânsito matinal com graciosidade vingativa. Com uma única excepção, quando me espalhou mesmo em frente ao tribunal da Cordoaria, nunca me deixou ficar mal, apesar da negligência a que a minha incapacide na arte da manutenção a votava. Sei que cresci em cima do seu porte altivo e das suas cores indiscretas, com que frequentemente a tentavam rebaixar. Também foi nela que comecei o namoro, com o Venus agarrado às minhas costas (só mais tarde é que descobriu, com surpresa, que havia um pequeno suporte para segurar as mãos, atrás do banco). Enfiávamos a casa numa mochila e partiamos à descoberta do mundo (que nessa altura queria dizer parte do concelho de Gaia e a baixa do Porto). A bicha está agora esquecida numa garagem minhota, o que me destroça o coração. Talvez um dia a consiga resgatar, numa manobra digna de tira de banda desenhada: yaaaaa! bang bang! shabaaam! plock! wizzzzzz! wrrraaaaaammm...
Agarrar atrás não funciona quando a moto arranca.
oh well, DT rules!