Masturbação, pró bem da nação

"- Hei, não digas mal da masturbação! É fazer amor com alguém que eu gosto."
Desta famosa boutade de Woody Allen até ao mito dos pêlos que crescem na mão ou à cegueira de quem a pratica vai uma grande distância, não tanto temporal ou geográfica como cultural. Radica na origem do regime de sexualidade de que ainda hoje somos herdeiros a ideia de pecado associada à ejaculação solitária, ligada ainda à ideia pouco científica de desperdício, como se a cada homem coubesse uma quantidade pré-determinada de esperma que ele deve gerir ao longo da sua existência. Do lado oposto, temos a masturbação associada à exploração moderna do prazer hedonista. Ambas as visões coexistem por vezes em contextos muito próximos. Eu próprio percorri esse caminho. Lembro-me de me sentir profundamente culpado sempre que acontecia, e da sensação libertadora que constituiu o ter-me descartado dessa culpa com o tempo. Depois dessa, muitas outras libertações se seguiriam...
O Nuno Nodin, nesse tão divertido quanto pormenorizado "Sexualidade de A a Z", a que já aludi noutras alturas, encontrou, entre outros, os seguintes equivalentes termos na gíria popular, uns mais explícitos, outros um pouco mais enigmáticos:
Abanar o pífaro, amolar a ferramenta, amolar o canivete, aquecer a máquina, cega, cinco contra um até vomitar, descascar a banana, esgaçar o pessegueiro, espancar o golfinho, espremer o limão, contar azulejos, gloriosa, limpar o cavalo, matar o zezinho, rosca, puxar as orelhas ao macaco, tocar trombone de varas, vir-se na tocha, uma à mão, uma de cinco, uma de cinco dedos, tocar à pifa, tocar flauta, tocar ao pífaro, tocar ocarina de cabelo, servir-se da mão, sacudidela, segóvia, self-service, punhetear, pívia, vício.

1 Comentário:

  1. Anónimo disse...
    tocar ao bicho, sugestão do 21demaio

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