Filosofia interior

Quando correm atrás delas num qualquer jardim ou praça de uma cidade, as crianças sabem que as pombas vão sempre conseguir escapar. Por isso persistem na perseguição, destemidas e embriagadas de alegria, não hesitando contudo em correr mais lentamente ou a fazer grandes desvios se os pássaros desaceleram o passo. À procura das metáforas encerradas nesta imagem, deparei-me com esta: não procuramos nós sempre aquilo que não podemos ter? Ou temos medo daquilo que realmente queremos? Correr é mantermo-nos vivos, embora não queríamos verdadeiramente alcançar o que procuramos?
Acontece-me às vezes surpreender-me a mim próprio. Nalgumas situações, de repente tomo uma atitude que contrasta completamente com a ideia tão cristalizada que tenho de mim próprio. Talvez tenhamos, afinal, ideias pré-concebidas, em primeiro lugar, relativamente a nós próprios.
Não sei qual é a relação disto com a história das pombas, mas tenho saudades dessas surpresas…

1 Comentário:

  1. Anónimo disse...
    Pombas?? confesso que não sei porque é que de repente me incomodam tantos essas criaturas: pombas, galos, galinhas, gansos, pássaros pequenos, pássaros grandes,.. tudo que se mova com penas causa-me um sentimeno de desconforto e acontece-me surpreender-me com o vazio da justificação.
    ambíguo!!!não me limita a vivência quotidiana mas se elas estiverem por perto desvio-me... (não limita, de facto, a vivência quotidiana?) enerva-me aquela correria de penas, aquele balançar de pescoço sem intencionalidade, o hiato relacional! sem me preocupar muito com a análise de conteúdo.. fico nervosa e pronto!

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