O Mundo

Num blog, como em qualquer outro acto de criação, sobretudo num blog de cariz mais pessoal e intimista como este, a tentação de, conscientemente, transmitir uma determinada (e dourada) ideia de nós próprios pode ser bastante grande. Essa tentação pode levar a que nos forcemos a reduzir as anotações centradas no ego e a comentar mais o que se passa à nossa volta, como seres eminentemente sociais e altruístas que queremos demonstrar ser. Estar aqui há 29 primaveras, contudo, ensinou-me, entre outras verdades, que o mundo é feito de muitas coisas, mas ninguém me tira da ideia que a substância maior desse bolo é a dor e a miséria. É por também ter provado parte dessa dor, e por saber que ela espreita ali sempre no próximo parágrafo que eu decidi tentar que nestas linhas ia surgir este Eu que me inquieta, mas que tem sobretudo a ver com este Eu recortado do mundo ou, mais correctamente (que este recorte, dizem os cientistas sociais, é impossível de operar) este Eu individual que está no mundo, mas que olha para si próprio.
Apenas um apontamento para tentar justificar este monólogo interior com que tento enganar o leitor.

2 Comentários:

  1. Lídia Aparício disse...
    Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
    Lídia Aparício disse...
    surripiei o início do teu "mundo". txxiii!! eheh
    continuem!! estou a gostar mt de ler. :-)

Deixe um comentário







Recomenda-se


Outras paragens



anodaorquidea[at]gmail.com
 

© O Ano da Orquídea 2004-2007