Direito ao trabalho

Hoje a reunião matinal foi inteiramente dedicada a questões laborais. Onde trabalho, com a óbvia excepção da chefia, todos estamos a recibos verdes. Afinal, que nos interessa a nós que se cumpram metas anuais, pelas quais nos desunhamos, puxando pelos adultos, escrevendo relatórios, fazendo formação, ouvindo e aturando, aconselhando, viajando, reformulando textos, inventando trinta por uma linha, tudo isto quando nunca ninguém mostra o mínimo sinal de preocupação connosco? Realmente é um sinal dos tempos. Não estou a ver a geração dos meus pais a viver esta situação. A minha colega diz que se sente perseguida, o que é, convenhamos, manifestamente diferente de se sentir desprezado ou humilhado, como eu tantas vezes me sinto. Implica uma coerção e uma vexação, processos a que talvez nos tenhamos vergado numa altura em que realmente o que nos interessava era pôr mãos à obra, e aos quais nos acomodamos, sempre observados de perto por quem poderia retirar os maiores dividendos e os louros pela nossa própria estafa. Assim não dá mais! Para quando um sindicato nacional dos trabalhadores independentes?

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