Histórias que não interessam ao menino Jesus
Já não me recordo que idade teria, mas terá sido seguramente já na casa dos vinte, que consegui reunir toda a coragem do mundo e fui comprar a minha primeira revista porno gay, ali em plena banca do quiosque da rua do Bonjardim. A dona era uma senhora já de idade, que permaneceu completamente indiferente ao meu batimento cardíaco e à minha mais que provável vermelhidão na cara. O pior foi depois. Nessa altura andava de mota e foi um caso bicudo para chegar a casa inteiro, tal era a ansiedade com que transportava aquela carga preciosa. Não vos vou contar o que aconteceu quando me vi na segurança do meu quarto, seria um insulto à vossa capacidade de imaginação. Permitam-me só acrescentar que estava em plena época de exames, e que portanto tinha um bom pretexto para não sair. O dado interessante no meio disto, e que relembrei em conversa com um amigo virtual, é que a visão daqueles homens fortes e belos em pleno desfrute mútuo destruía de uma só vez uma outra imagem que eu herdara da homossexualidade, a da vergonha e fraqueza, do oculto e da feminilidade, tudo o que eu engolira do regime de sexualidade em que cresci. E acredito que me tenha ajudado a levantar a cabeça. Posto isto, e porque acredito no poder subversivo do sexo: viva a libertação do porno!
1 Comentário:
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- Anónimo disse...
4:15 da manhãAh Il piassere di essere maschio...;-)