Olhos nos olhos

Há algo na minha forma de estar com os outros que eu nunca valorizei muito, mas que me tem vindo a incomodar ultimamente. Não sei se poderia defini-lo como timidez, talvez um certo desconforto ou incómodo ao lado de pessoas que conheço mal, sobretudo em situações em que a conversa é o motivo central do encontro. Pela mesma razão, também me acontece refugiar-me dos grupos, inventando uma desculpa para subtilmente me afastar. Talvez isso explique o meu apelo pela comunicação escrita, seja ela num bloco de notas, num chat ou no msn, no blogue ou num relatório, onde sinto ser mais fácil sintonizar as palavras com os pensamentos, e não ser engolido por estes. Ao vivo, sempre preferi aqueles diálogos que se desenrolam espontaneamente, sem que nenhum dos intervenientes se sinta obrigado a falar. O que quer dizer que optaria sempre por situações em que se está a fazer algo mais: estudar, caminhar, ler um livro ou simplesmente contemplar o oceano. Nada disto é linear, depende de cada contexto e das pessoas envolvidas, mas confesso que é daquelas coisas que combato, mas não consigo evitar. Presumo também que não seja nenhuma novidade. Seguramente já repararam que uma das experiência mais perturbadoras que existem pode ser olhar alguém nos olhos.

3 Comentários:

  1. Anónimo disse...
    Is beatiful
    Anónimo disse...
    voto nas conversas espontâneas, sem rumo definido.
    je bois
    Anónimo disse...
    ..pertubadoras se pensarmos num abismo para lá da íris. e se não..? prefiro pensar na experiência como reveladora.

    think + :)

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